COPA, SELEÇÃO, ANSIEDADE E A TEORIA DO “U INVERTIDO”
Tem sido emocionante, contagiante mesmo… ver a entrada em campo da nossa gloriosa e vitoriosa Seleção neste jogos da Copa 2014! Os jogadores com semblante nitidamente emocionado, cantando a plenos pulmões todo o hino nacional “à capela” junto com a torcida e, consequentemente, ver a disposição e a luta do time dentro de campo. No entanto, me chama a atenção, que um possível exagero em termos de motivação possa estar sendo prejudicial ao time. No momento do hino nacional no jogo contra o México, alguns jogadores estavam com a fisionomia visivelmente transtornada: David Luiz e Neymar foram os casos mais notados.
Na Psicologia do Esporte existe uma chamada “Teoria do U Invertido”, que preconiza que a ansiedade em nível muito alto, além de prejudicar o repouso ou a noite de sono do atleta pré e pós-jogo, pode também causar, por conta deste nervosismo exacerbado, prejuízos às ações/performance durante a partida, pois podem provocar: afobação, descontrole emocional e descoordenação motora que por sua vez, levam a: imprecisão, força excessiva e perturbações na capacidade de raciocínio, dentre outros efeitos. O desejável seria atingir um nível médio ou ótimo de ansiedade que provoque grande motivação, mas que não chegue a prejudicar as ações técnicas e cognitivas durante a disputa. Talvez seja este um fator a se considerar na análise do jogo Brasil x México, onde percebemos o time brasileiro muito afoito, afobado, como se tentasse decidir o jogo a cada lance em uma luta contra o relógio. É ponto pacífico que a Seleção Brasileira está sob forte pressão psicológica, contribuindo para isto vários fatores como: Seu histórico vitorioso no cenário mundial; estar jogando em casa com apoio e expectativas totais da torcida brasileira; os enormes investimentos feitos para realização desta Copa sem a unanimidade da opinião pública; o bom momento de outras fortes seleções como Alemanha, Holanda, Inglaterra, Itália e o próprio México… Todas estas, diga-se, apresentando um futebol mais organizado, mais evoluído taticamente, mais coletivo, e mais eficiente do que o do Brasil até o momento. O próprio México se mostra como um bom exemplo: jogou sem ansiedade, focado, com inteligência, compacto, ocupando os espaços, com forte marcação e senso de cobertura.
No time do Brasil, pode ser (é só minha opinião/impressão pessoal), que haja também um agravante: O temor de um possível fracasso em casa, estaria assumindo a aparência de um “terrível monstro” que habita os piores pesadelos de jogadores e comissão técnica. Esperamos que não! Que o Brasil se acerte! Que passe logo essa ansiedade natural dos primeiros jogos e, colocando-se os nervos no lugar, o que, acredito, virá a acontecer passando-se desta primeira fase, vir a deslanchar daí pra frente!
Escreva seu comentário