⚽ CLÁSSICO, CULTURA, “NOVELA”, PSICOLOGIA DO FUTEBOL, “TEORIA DO U INVERTIDO”, DETALHES…
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imagem: www.cruzeiroweb.net
CLÁSSICO, CULTURA, “NOVELA”, PSICOLOGIA DO FUTEBOL, “TEORIA DO U INVERTIDO”, DETALHES…
CULTURA
Como de costume, um clássico com muito mais transpiração do que inspiração, confirmando a máxima defendida pelo grande Vanderlei Luxemburgo: “O medo de perder, tira a vontade de ganhar”! Na verdade, trata-se de uma cultura que se alastrou no inconsciente coletivo e que impregna o futebol brasileiro atual… é preciso tempo e coragem para revertê-la. Os jogadores entram em campo muito mais preocupados em peitar o adversário do que em jogar futebol e hoje não foi diferente.
Tive a honra de trabalhar com o Luxa nos anos de 2002/03/04 no Cruzeiro e me lembro muito bem de um clássico em que um dos nossos excelentes zagueiros à época, o Edu Dracena, foi numa disputa de modo muito ríspido contra o saudoso Alex Alves (aquele da capoeira), então estreando pelo Atlético. No intervalo, eu testemunhei a seguinte chamada do Luxa no Dracena: “Meu filho, você é forte, grande… os jogadores tem medo de você! Não precisa entrar daquele jeito! O juiz poderia ter te expulsado! Joga bola”! Não por acaso, Vanderlei teve tanto sucesso no futebol nacional, pois defendia a essência do futebol brasileiro: técnica, habilidade, ofensividade! Muitos dizem que ele está ultrapassado, mas eu discordo. Ele conhece e muito, só não tem a mesma pegada, vigor e energia de 20 anos atrás, além, claro, do fato de que seu estilo de comando, às vezes muito bruto, do “faz porque eu estou mandando, caralho!”, não tem mais vez com essa Geração Z que aí está.
NOVELA
Uma novela que se iniciou no clássico realizado na Flórida, onde o zagueiro Lyanco pilhou os jogadores cruzeirenses com entradas ríspidas e provocações que geraram entreveros com Marlon e Fabrício Bruno naquele jogo, continuaram hoje, agora com Dudu e Gabigol. O capítulo de hoje teve como lances decisivos: 1) O pisão de Lyanco no braço de Dudu foi intencional e era motivo sim, para cartão vermelho… nem amarelo levou e nem o VAR chamou o árbitro; 2) Gabigol tomou as dores e minutos depois deixou o cotovelo no rosto do zagueiro… expulsão justa! 3) Lógica do enredo: se Lyanco tivesse sido merecidamente expulso, o Gabi é que não teria cometido a agressão e o Cruzeiro com um a mais provavelmente venceria o clássico… 4) Há um código de ética informal e velado entre os jogadores de futebol. Alguns comportamentos não são aceitos, mas enfim… componentes deste jogo tão sujeito aos aspectos multifatoriais e ao imponderável… os famigerados “detalhes”!
Os cruzeirenses mais exaltados podem inferir que não havia o menor interesse da federação em que o Atlético ficasse de fora das semifinais, logo, a vitória alvinegra seria muito bem vinda… fica aí a polêmica no ar, mas é fato que a arbitragem influenciou no resultado e tem toda razão o Alexandre Mattos em protestar.
PSICOLOGIA DO FUTEBOL, TEORIA DO U INVERTIDO
Na Psicologia do Esporte existe uma chamada “Teoria do U Invertido”, que preconiza que a ansiedade em nível muito alto, além de prejudicar o repouso ou a noite de sono do atleta pré e pós-jogo, pode também causar, por conta deste nervosismo exacerbado, prejuízos às ações/performance durante a partida, gerando: afobação, descontrole emocional e descoordenação motora que, por sua vez, levam a: imprecisão, força excessiva e perturbações na capacidade de raciocínio, dentre outros efeitos. O desejável seria atingir um nível médio ou ótimo de ansiedade que provoque grande motivação, mas sem prejudicar as ações técnicas e cognitivas durante a disputa. Assim, quando a ansiedade atingi níveis exagerados, descambar para o descontrole emocional ao ponto de agredir o adversário se mostra mais comum do que se imagina. Defendo uma maior atuação dos psicólogos do esporte no futebol brasileiro.
DETALHES
Eu, como ex-preparador físico, sei que, dada a intensidade do jogo atual, é praticamente impossível um time conseguir superar um outro, de mesmo nível técnico, quando fica com um jogador a menos desde o primeiro tempo, e hoje não foi diferente.
Aquela vitória heroica do Botafogo sobre o Atlético na final da Libertadores, com um a menos desde o primeiro minuto, se deve muito mais à ousadia de um treinador versus a covardia de outro… então, trata-se de uma exceção à regra.
Era então uma mera questão de tempo até que o Atlético conseguisse marcar e, daí, com a necessidade do Cruzeiro ir para cima em busca do empate, saiu o segundo gol. Achei que no primeiro gol a bola era defensável, mas o Cássio também fez duas grandes defesas na sequência. Com o agravante de que o Cruzeiro teve ainda um dia a menos para se recuperar, eu, que sou meio ousado em tudo, se fosse o Wesley, teria feito logo todas as substituições no meio do segundo tempo para dar um gás novo ao time.
Hulk, Cuello, Dudu e Jonathan Jesus foram os destaques… Gabigol e Matheus Pereira decepcionaram. Leonardo Jardim terá um bom elenco em mãos para desenvolver seu trabalho. Cuca é o grande conhecedor de futebol que todos sabemos. Futebol mineiro promete este ano!
Saudações!
Francisco Ferreira
Gestor de Futebol
ceperf.com.br
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