⚽ MUITA CALMA NESSA HORA!

MUITA CALMA NESSA HORA!

Tem razão o torcedor cruzeirense de estar preocupado? Sim! Tem razão o Pedrinho BH em soltar o verbo sobre o desempenho do time? Totalmente! Mas a minha vivência no futebol me mostrou algumas coisas que valem não só para o futebol, mas para a vida também.

Muitas vezes, nas fases ruins do time, mesmo estando lá dentro, no dia a dia do clube, a gente não consegue detectar de imediato o que possa estar acontecendo de errado, e às vezes nem está mesmo sendo feito nada de errado, mas a bola não tá entrando. Já outra coisa diferente é quando o futebol apresentado não convence… aí tem que se preocupar mesmo. A vivência neste mundo que envolve tanta paixão, como é o da bola, mostra que o futebol é a melhor coisa do mundo quando se está ganhando tudo, e também a pior quando se está perdendo. 

Bem, fui colega de turma do Alexandre Mattos no MBA de gestão esportiva da FGV, e posso afirmar: ele não é ruim! Muito pelo contrário. Afinal, ninguém constrói tão rapidamente um currículo tão vitorioso quanto o dele se for ruim de serviço. O cara tem um currículo impressionante, mas será que estaria meio relaxado? Meio na zona de conforto com o cargo de CEO? Não sei! E acredito também que não é o caso de demissão como alguns torcedores pedem nas ruas, mas de chamar à responsabilidade e cobrar dando a ele os votos de confiança para que ajuste os rumos da nau celeste.

Agora, o que dizer do sincericídio do Pedrinho na entrevista ao jornal O Tempo? Poder dizer tudo aquilo, ele PODE sim, afinal ele é O DONO e é ele quem vem bancando, socorrendo, salvando o clube já de longa data! O Cruzeiro deve muito a ele! Um cruzeirense verdadeiramente apaixonado, tanto que às vezes se excede mesmo e deixa essa paixão se expressar publicamente! Dá pra sentir a sua dor e frustração de torcedor! Conversei com ele uma única vez quando ele fez uma visita à Toca em 2010 e deu pra sentir isso nele.

Acho que talvez ele tenha tido a intensão é de dar um choque no grupo, mas aquela máxima: “elogie em público, puna em particular” é mais do que adequada e necessária no futebol. Algo que aprendi com o saudoso Maluf. Futebol tem muito melindre, muita vaidade e ego, muitas suscetibilidades em jogo.

A temporada que prometia muito, vai se mostrando tão pesada que nem o mais pessimista poderia imaginar. Já era para o time estar entregando muito mais nesta altura do ano. Mas creio que ainda dá pra reverter. Estamos em abril, ainda indo pra 3ª rodada do Brasileiro e tem muita água pra rolar.

Neste sentido, aposto na capacidade do Leonardo Jardim! O cara tem currículo e pedigree! Acho que tem tudo para ajudar a modernizar a gestão técnica do Cabuloso. Por acreditar nisso, faço algumas sugestões e considerações ao Pedrinho e ao Mattos:

  • Tragam o Adílson Batista para ser um auxiliar do Jardim. Isto vai ajudá-lo a se familiarizar mais rapidamente com o futebol brasileiro, com os jogadores, sua cultura, a cultura do clube, a compreender o que é o Cruzeiro, etc. Acho fundamental que os times com comissão estrangeira tenham sempre um auxiliar brasileiro atuando como um facilitador.
  • Acho que o futebol brasileiro ainda valoriza pouco a figura do psicólogo do esporte. Sugiro o nome do Dr. Franco Noce, da UFMG e Minas Tênis Clube. Jogador, por mais bem pago que seja, não é máquina! É antes um ser humano sujeito a falhas como qualquer um. Pessoa de carne e osso que sente medo, tristeza, depressão…  

Sem querer ser leviano, ou acusar ninguém, mas tenho algumas perguntas:

  1. Será que os jogadores estão se cuidando fora de campo? É nítida a falta de intensidade. O contraste ficou muito evidente no jogo contra o Muschuc, um time guerreiro, comendo grama! Já o Cruzeiro com sono, sem gana, sem sentimento!
  2. Estariam os jogadores não aceitando ou não assimilando o técnico e sua comissão? Como está o preparo físico dos jogadores?
  3. Estaria o grupo rachado? Estaria contaminado por uma ou outra liderança podre?
  4. Dizer que estes jogadores não prestam mais, que não têm mais competitividade, ou mais nada a entregar, também é precipitado. Afinal, ninguém esquece de como jogar, ninguém perde força, velocidade e potência de uma hora pra outra. E isso é muito fácil de verificar através dos recursos tecnológicos de monitoramento e controle de carga hoje disponíveis. É só consultar os relatórios dos fisiologistas com os índices de “corrida intensa e sprints” dos jogadores.
  5. O time não tem apresentado algo básico no futebol moderno: compactação! As linhas são espaçadas. Não há aproximação dos companheiros pra tentar triangulações. Acabam ficando isolados e assim, tentando a jogada individual, perdem a posse.
  6. É preciso apaziguar o ambiente, blindando o grupo e inspirando confiança. Mostrar que acreditam no potencial do grupo. Muita conversa, promover atividades que unam o grupo: churrasco reunindo as famílias dos jogadores; incentivar os jogadores a levarem os filhos para verem os treinos; promover atividade de entretenimento nas concentrações como levar um comediante para fazer um stand-up, etc., etc… dá pra fazer muita coisa, mas é preciso cuidado e ainda mais paciência neste momento de crise.
  7. Conversando com o ídolo Alex, ele me disse algo com o qual concordo: parece estar faltando sentimento, tesão!

Acho que o Cabuloso ainda vai dar a volta por cima e ainda nesta temporada!

 

 

Saudações Celestes!

 

Francisco Ferreira

Gestor de Futebol

Centro de Excelência em Performance de Futebol

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