FUTEBOL BRASILEIRO… ATÉ QUANDO?!
Nosso futebol é mero retrato de nossa sociedade: Desigualdades a dar com pau!, privilégios e mais privilégios aos poderosos e apadrinhados! Até vemos algumas iniciativas aqui e ali, mas desconexas, sem continuidade e sem muitos efeitos práticos – boicotadas que são, desde sempre! – para uma mudança efetiva da realidade… Como não há uma política forte e perene de fomento ao futebol na base da pirâmide, através de: Investimento no esporte escolar, fortalecimento dos clubes e ligas do interior do país, temos ano após ano agravado este quadro de desigualdades em um círculo vicioso configurado da seguinte forma: clubes endividados => elencos de baixa qualidade => calendários sobrecarregados para os grandes e ociosos para os pequenos => jogos de baixa qualidade => campeonatos ruins => baixo ou nenhum retorno financeiro => clubes mais endividados => cada vez mais clubes à beira da extinção, ou até mesmo fechando as portas…
Entre aqueles clubes com forte representatividade em termos de torcida, história, tradição, conquistas, poderio político e econômico o jogo é: cada um pensa é somente em si mesmo, é no resultado imediato ou na conquista do próximo campeonato mesmo que seja às custas de mais endividamento ainda resultando em uma eterna briga uns com os outros pela manutenção ou aumento de seus privilégios.
Há uma clara falta de visão e cooperação destes que, poderiam, em movimentos de cobeligerância, unir forças pelo bem comum do futebol brasileiro. Neste sentido, o exemplo recente dos 3 grandes da Holanda, Ajax, PSV e Feyenoord em prol do fomento aos clubes e divisões menores da Holanda é digno de louvor e um exemplo marcante do que seja pensar grande e enxergar lá na frente (veja matéria no link: http://www.mktesportivo.com/2018/11/eredivisie-aprova-pioneiro-projeto-para-beneficiar-equipes-menores-da-holanda/).
Essa visão obtusa que impera no futebol brasileiro é consequência do modelo vigente de estrutura política, administrativa e jurídica que rege as entidades esportivas no país, reféns que são de uma legislação ultrapassada e que não dá margem a demandas por democracia, justiça, mérito, competência, capacitação ou transparência. Criada na década de 40, Estado Novo, Getúlio, flertando com o fascismo, ela pouco mudou ao longo dos anos e percebe-se que tem como viés principal a manutenção das estruturas de poder e dos privilégios aos “amigos do rei”, dirigentes encastelados perpetuamente em seus cargos prioritariamente por indicação ou prestígio político. São então blindados por esta legislação, pela compra de votos e também pelas manobras das bancadas políticas cooptadas por estes dirigentes. Um contexto que se configura como um mais do que sedutor convite à corrupção! Nestes tempos de demandas por conceitos modernos como compliance, modelagem organizacional, gestão & governança, risco & conformidade, o atual modelo vigente no esporte nacional simplesmente não se sustenta! Vai cair de podre!… Apenas uma questão de tempo… e que pode ser abreviado se o novo governo federal eleito for mesmo a fundo na moralização e modernização como pregam e que são tão necessárias ao país, incluindo aí o futebol! Em suma: Uma “Lavajato” em todas as esferas!
Não é mera coincidência que o recém – terminado campeonato brasileiro tenha apresentado uma clara e assustadora deficiência técnica das equipes na parte de baixo da tabela! Praticamente impossível para estas equipes, com orçamentos muito menores, conseguirem permanecer na elite do futebol nacional. Esta grande desigualdade leva inexoravelmente à decadência e diminuição do poder de atração do futebol ao público consumidor. Presidentes de clubes, torcedores passionais que são, com raras exceções, no fundo, desejam de fato é a extinção de seus principais rivais… uma verdadeira insanidade da parte de quem não consegue enxergar ou refletir que não haveria graça se existisse apenas o Corinthians e não existisse o Palmeiras, o Cruzeiro e não o Atlético, o Flamengo e não o Vasco, o Inter e não Grêmio… iriam jogar então contra quem ó caras pálidas?!
Em um mundo dos sonhos: Libertação dos clubes do jugo de CBF e Federações + Maior igualdade na distribuição dos recursos e cotas = um maior número de clubes fortes = manutenção dos melhores jogadores = um maior número de bons elencos = um maior equilíbrio de forças = calendário mais racional e enxuto = tempo suficiente para uma recuperação fisiológica adequada dos jogadores entre os jogos = jogos de melhor nível = bons campeonatos = um produto de melhor qualidade (o Futebol Brasileiro e sua LBF Liga Brasileira de Futebol) atraindo o público consumidor = valorização deste produto atraindo interesse de mercados internacionais = bom públicos = boas rendas = mais patrocinadores = maior retorno financeiro = reinvestimento… Enfim, uma questão de lógica, de be-a-bá de gestão e visão de negócio… não precisa nem desenhar!
Concluindo: Os que estão no poder não estão dispostos a abrir mão dele nem mesmo reduzi-lo estribados na já citada blindagem promovida pela legislação e isto se replica pirâmide abaixo onde quem pode mais, pode mais, quem não pode, obedece ou fica calado… porém, neste mundo atual em que as mudanças são cada vez mais maiores e mais rápidas, o caminho é mesmo sem volta! Ou começam a aceitar ou cairão de podres! Faço uma aposta nos próximos 5 anos para a definitiva redenção do futebol brasileiro!
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