⚽ “FLUZÃO DO DINIZ x CITY DO PEP” E OS ABISMOS EXISTENTES NO FUTEBOL

FLUZÃO DO DINIZ x CITY DO PEP E OS ABISMOS EXISTENTES NO FUTEBOL

Confesso que esperei com muita curiosidade pelo confronto de ontem entre dois dos treinadores que mais me chamam atenção no futebol atual.

Sabia que a tarefa do tricolor seria ingrata, mas não há que se lamentar. Há uma diferença brutal em termos de orçamentos e que inevitavelmente se reflete dentro de campo: Só o salário do Grealish paga toda a folha do Fluminense… e sendo assim, eles podem contratar quem bem entendem. Seus jogadores são os puro-sangue do futebol atual em sua melhor forma. E olha que o monstro Haaland não jogou!

Sim, o Flu foi ousado e tentou encarar e botar o City na roda, mas foi algo meio assim… como uma apresentação de um juvenil bom de bola, bem treinado, que tem potencial, para o seu pai craque… tipo: o filho do Messi exibindo para seu pai o aquilo que sabe fazer com a bola. O City ficou olhando, mas sabendo que na hora certa iria mostrar a que veio. O gol logo aos 40” foi uma sacanagem! Assim como foi um pecado o impedimento milimétrico do Cano.

Mas aquela troca de passes ousada e que quase mata o torcedor tricolor do coração, não se mostrou efetiva pois era predominantemente quando o time estava encurralado em seu campo de jogo, mesmo assim valeu por mostrar essa ousadia… e não adianta dizer que deveria ter jogado de modo mais conservador com ligação direta e coisas do tipo… iria perder do mesmo jeito, talvez até de mais, e não seria o Flu do Diniz!

Se o City tem os puro-sangue como Folden (sem trocadilho, esse Folden é foda!), Haaland, Rodri, Grealish… (curioso é que de brazuca só o Ederson, né? Uma evidência de nossa entressafra de foras de série?), o Flu tem que ir de Marcelo e Felipe Mello… sim, são bons, já foram top, mas não tem mais a vitalidade para encarar uma final de mundial. O mesmo se diz de Ganso: não tem como disputar uma final de mundial, em que pese sua extraordinária qualidade nos passes, com a sua lentidão, algo incompatível com um jogo desses!

Vamos falar de erros dentro de campo: O City praticamente não erra na tomada de decisão, como é, e como tem que ser, entre os cachorros grandes do futebol europeu: foco, força mental, objetividade… Já o Flu comete erros bisonhos, como o espaço deixado no corredor no passe para o Folden livre no 2º gol, ou o cabeceio pra traz do Samuel Xavier que originou o 3º gol (uma tomada de decisão das mais infelizes e que pode ser quase interpretada como um “foda-se, só quero me livrar dela e tomara que caia nos pés de um companheiro”!). Me chamou atenção os dribles extremamente rápidos do John Kennedy. Espero que esse garoto tenha a cabeça no lugar, pois ele tem talento em potencial para vir a ser um grande jogador. 

Fernando Diniz, Eduardo Barros, Seixas, Bertelli, Cotrim, Tênius, Angoni & Cia, estão todos de parabéns pelo grande feito e espero que não abram mão da proposta ousada e inovadora. Não sei se na seleção o Diniz deveria insistir neste modelo, pois demanda tempo para sua consolidação e ele não tem isso. Mas torço demais por ele e por suas ideias que vieram para oxigenar a mesmice do futebol brasileiro. Imaginem esse City treinado pelo Diniz… acho que daria caldo bom!

No fim das contas a gente faz é aquilo que dá conta: nos últimos dez anos os clubes brasileiros conseguiram fazer apenas 2 gols contra os europeus no mundial! Então, é ser realista e dar os parabéns ao Fluminense por chegar onde chegou! Mais do que isso, seria humanamente impossível!

Finalizo abrindo um parêntesis para esse mesmo tema que, guardadas as devidas proporções, serve de comparativo dessa diferença abissal entre o City e o Flu, só que no caso, entre os clubes da Série A do Brasileiro (quadro abaixo).e que eu já havia abordado em um outro artigo (https://ceperf.com.br/2023/11/27/%e2%9a%bd-brasileirao-os-dilemas-de-clubes-como-o-america/)

É a seleção natural no futebol!

Realmente não tem como competir de igual pra igual!

Saudações e um ótimo Natal!

Francisco Ferreira

Gestor de Futebol

www.ceperf.com.br