✝️ UMA EXPLANAÇÃO DIDÁTICA E ATUAL SOBRE OS DEZ MANDAMENTOS E O AMOR

Muitos podem até acreditar que os Dez Mandamentos Bíblicos sejam apenas mera tradição religiosa antiga e ultrapassada. Abaixo um estudo que explica seu significado e importância.

ÊXODO 20:1

“ENTÃO FALOU DEUS TODAS ESTAS PALAVRAS, DIZENDO: EU SOU O SENHOR TEU DEUS, QUE TE TIREI DA TERRA DO EGITO, DA CASA DA SERVIDÃO”. Ao contrário do que podem imaginar os céticos, os mandamentos dizem respeito à uma LIBERDADE que Deus nos concede e não a meras regras de “não pode isso, ou aquilo outro”. Deus é a fonte da libertação da escravidão do pecado, nos reabilitando para uma liberdade superior, qual seja, a de SERMOS e vivermos à Sua imagem e semelhança, bem ao contrário dos ídolos do Egito, que produziam escravidão e de onde os Israelitas estavam vindo (considerando o contexto da promulgação dos mandamentos no Êxodo). São duas as TÁBUAS e, esculpidas em PEDRA (cláusulas pétreas), o que já simboliza sua importância. Os mandamentos são parte essencial dos fundamentos da fé e indicam a vontade de Deus para nós: um viver corretamente e bem sucedido aos seus olhos, sendo uma obediência em liberdade de escolha (livre arbítrio). Nossa liberdade, nossa ética, nosso agir, nosso viver, nossos relacionamentos!

MANDATOS: Foram três os mandatos divinos delegados ao homem: Espiritual, Cultural e Social. Estes mandatos são todos relacionais e se referem a:

1) Ter Comunhão com o Criador;

2) Cultivar/cuidar da Terra e da criação;

3) Se Relacionar com o próximo.

Os Dez Mandamentos nos ensinam como os cumprir.  

PRIMEIRA TÁBUA

A primeira tábua, contém os cinco primeiros mandamentos, estabelecendo um relacionamento de natureza vertical, ou seja, do homem com Deus. É o pacto da criação (Adão) e que protege/preserva as condições básicas de liberdade. Os três primeiros mandamentos ensinam a religião pura e protegem o mandato religioso universal da Comunhão com o Criador.

“NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM”. Indica um relacionamento direto, único e EXCLUSIVO com Deus para que não sejamos escravizados por falsos deuses.

“NÃO FARÁS PARA TI IMAGEM ESCULPIDA, NEM FIGURA ALGUMA DO QUE HÁ EM CIMA NO CÉU, NEM EM BAIXO NA TERRA, NEM NAS ÁGUAS DEBAIXO DA TERRA. NÃO TE ENCURVARÁS DIANTE DELAS, NEM AS SERVIRÁS; PORQUE EU, O SENHOR TEU DEUS, SOU DEUS ZELOSO, QUE VISITO A INIQUIDADE DOS PAIS NOS FILHOS ATÉ A TERCEIRA E QUARTA GERAÇÃO DAQUELES QUE ME ODEIAM E USO DE MISERICÓRDIA COM MILHARES DOS QUE ME AMAM E GUARDAM OS MEUS MANDAMENTOS”. Indica a misericórdia de Deus para com aqueles que o amam e o obedecem, libertos da idolatria, não nos rebaixando à adoração de criaturas iguais (pessoas) ou inferiores a nós (natureza), mas apenas ao único Deus, o todo poderoso criador de todas as coisas!

“NÃO TOMARÁS O NOME DO SENHOR TEU DEUS EM VÃO; PORQUE O SENHOR NÃO TERÁ POR INOCENTE AQUELE QUE TOMAR O SEU NOME EM VÃO”. Tomar o nome do Senhor em vão, não é, como diz o senso comum, que insinua uma banalização tipo “oh my God”!, mas sim quando se usa o nome de Deus  de modo ilícito, para benefício próprio, fraudulento, com hipocrisia, para enganar, tirar vantagem. Aqui Deus nos oferece a oportunidade de adorá-lo e servi-lo na liberdade de um culto santo e puro, sem segundas intenções.

“LEMBRA-TE DO DIA DO SÁBADO, PARA O SANTIFICAR. SEIS DIAS TRABALHARÁS, E FARÁS TODO O TEU TRABALHO; “MAS O SÉTIMO DIA É O SÁBADO DO SENHOR TEU DEUS. NESSE DIA NÃO FARÁS TRABALHO ALGUM, NEM TU, NEM TEU FILHO, NEM TUA FILHA, NEM O TEU SERVO, NEM A TUA SERVA, NEM O TEU ANIMAL, NEM O ESTRANGEIRO QUE ESTÁ DENTRO DAS TUAS PORTAS. PORQUE EM SEIS DIAS FEZ O SENHOR O CÉU E A TERRA, O MAR E TUDO O QUE NELES HÁ, E AO SÉTIMO DIA DESCANSOU; POR ISSO O SENHOR ABENÇOOU O DIA DO SÁBADO, E O SANTIFICOU”. A liberdade de descansar, lembrando que o Senhor já fez tudo por nós! Liberdade de não estarmos presos à ansiedade e cuidados excessivos quanto à provisão e ao futuro. De não vivermos em um estilo de vida no qual a força e o trabalho do homem sejam obsessivos e/ou independentes da graça de Deus. É a proteção aos mandatos Espiritual e Cultural.

“HONRA A TEU PAI E A TUA MÃE, PARA QUE SE PROLONGUEM OS TEUS DIAS NA TERRA QUE O SENHOR TEU DEUS TE DÁ”. A benção e liberdade do viver em um lar amoroso e harmonioso em que pai e mãe, de certo modo os representantes de Deus perante os filhos, comissionados por Ele para nos gerar, cuidar e educar, sejam honrados por nós em respeito e gratidão. Filhos que sustentam, cuidam e amparam em amor e gratidão aos pais já idosos, por exemplo. É uma renovação do mandato Criacional/Cultural, protegendo a ordem familiar e também o mandato Social. É também o único mandamento que contém uma promessa: de vida longa àqueles que o cumprirem.

SEGUNDA TÁBUA:

A segunda tábua contém os cinco últimos mandamentos. São referentes à ética social, indicando relacionamento de natureza horizontal, ou seja, com o nosso próximo e que, se fossem cumpridos à risca por todos, nos proporcionaria um viver em fraterna liberdade, pois poderíamos todos confiar uns nos outros, já que não haveria intenção e/ou ação de prejudicar ao próximo. É o pacto da preservação (Noé) e que proíbe as violações da liberdade para que a vida em sociedade seja harmônica e pacífica. 

“NÃO MATARÁS”. Seja livre para com o teu próximo e preserve-lhe a vida. Indo mais além: Ajude-o! Socorra-o! Proteja-o! O homicídio foi o primeiro pecado relatado na Bíblia após a queda, e sua proibição foi a primeira lei após o dilúvio. Foi anunciado pela primeira vez a Noé para proteger o direito sagrado da pessoa humana à vida. Seu fundamento é a “imagem de Deus no homem”.

“NÃO ADULTERARÁS”. Seja livre para com teu cônjuge e ame-o! Com ele deleite-se e viva em liberdade de amor! Protege a aliança do casamento contra a infidelidade, conservando as relações de confiança que possibilitam o viver em sociedade, impedindo que o desejo sexual seja incontrolável, insaciável e se sobreponha ao compromisso moral. O casamento tem essa conotação da renúncia pública a outros relacionamentos para uma dedicação exclusiva e especial em favor do seu cônjuge. 

“NÃO FURTARÁS”. Seja livre da tentação de tomar aquilo que não lhe pertence! Protege o direito á propriedade privada, proibindo a violação das condições de liberdade do próximo.

“NÃO DIRÁS FALSO TESTEMUNHO CONTRA O TEU PRÓXIMO”. Significa não apenas não mentir contra o próximo, mas, também, nenhuma ação intencional de prejudicar, humilhar, rebaixar, desprezar, tirar proveito do seu próximo. Seja livre para conviver com o próximo em paz e harmonia. Proíbe a manipulação fraudulenta da justiça com o fim de tirar a liberdade do próximo. Ordena a promoção de uma sociedade de confiança pública, baseada na verdade e honestidade.

10º “NÃO COBIÇARÁS A CASA DO TEU PRÓXIMO, NÃO COBIÇARÁS A MULHER DO TEU PRÓXIMO, NEM O SEU SERVO, NEM A SUA SERVA, NEM O SEU BOI, NEM O SEU JUMENTO, NEM COISA ALGUMA DO TEU PRÓXIMO”. A cobiça é o pecado mais íntimo. Está lá, escondido no fundo do coração, e significa uma prisão da alma causada pela inveja. Seja livre, satisfeito e grato com aquilo que você possui! É o mandamento mais interno, atacando a raiz do pecado que destrói a liberdade do ofensor e da vítima.

SÍNTESE DOS MANDAMENTOS

Veio então Jesus, e Ele foi muito além: Em Mateus 22:37-40, Ele os resumiu em dois grandes mandamentos:

“RESPONDEU-LHE JESUS: AMARÁS AO SENHOR TEU DEUS DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA A TUA ALMA, E DE TODO O TEU ENTENDIMENTO. “ESTE É O GRANDE E PRIMEIRO MANDAMENTO. “E O SEGUNDO, SEMELHANTE A ESTE, É: AMARÁS AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO. DESTES DOIS MANDAMENTOS DEPENDEM TODA A LEI E OS PROFETAS”. Não estaria aí a solução para todos os problemas do mundo, caso conseguíssemos, todos, praticar este mandamento? Não o conseguimos porque somos pecadores. Carregamos no sêmen de nossos pais a semente de uma natureza caída, daí a necessidade dos mandamentos como nossos balizadores. CURIOSIDADE: O sêmen que fecundou Maria, sobrenatural, do Espírito Santo, não era humano, mas Divino! Daí a condição e explicação lógica sobre porque Jesus, metade pleno Deus, metade pleno homem, nunca ter cometido nenhum pecado!

A síntese não substitui os dez mandamentos, mas abrange a todos eles. Assim Jesus resumiu a primeira tábua com os 5 primeiros mandamentos: AMAR AO SENHOR! E a segunda tábua com os últimos 5 mandamentos: AMAR AO PRÓXIMO! O amor não faz mal ao próximo, e por isso, o AMOR é o cumprimento da Lei. É Identidade e Propósito: O homem, feito à imagem e semelhança de Deus, existe para a honra e louvor da glória de Deus, e assim refletir o seu caráter: amando/beneficiando o próximo!

REVOLUÇÃO RADICAL DO AMOR

No sermão da montanha, uma das passagens mais marcantes dos Evangelhos, Jesus vai ainda mais fundo ao demonstrar, sem concessões, a realidade da natureza pecaminosa do homem manifesta através até mesmo da mera INTENÇÃO! Ele radicaliza e escandaliza ao passar da ação para a simples intenção ou pensamento: “AQUELE QUE ODIAR A SEU IRMÃO. JÁ COMETE HOMICÍDIO NO CORAÇÃO; AQUELE QUE OLHAR UMA MULHER COM INTENÇÃO IMPURA NO CORAÇÃO, JÁ ADULTEROU COM ELA”. Ainda: De amar ao próximo, Jesus vai mais além e nos ordena a AMAR AO NOSSO INIMIGO!!!

A Lei/Mandamentos, nos indicam o caminho para um viver em liberdade e, ao mesmo tempo, revelam claramente a nossa natureza/condição original escravizada pelo pecado que se resumem em egoísmo e nossa explícita independência/rebelião em relação a Deus.

Mateus 7:12: “PORTANTO, TUDO O QUE VÓS QUEREIS QUE OS HOMENS VOS FAÇAM, FAZEI-LHO TAMBÉM VÓS, PORQUE ESTA É A LEI E OS PROFETAS”. 

É A REVOLUÇÃO DO AMOR! PROFUNDA! RADICAL! INTRANSIGENTE! NEM MAIS, NEM MENOS! PADRÃO DE EXCELÊNCIA! DE PERFEIÇÃO E SANTIDADE! Esta é a Lei, uma espécie de pedagogo que nos conduziu ao clímax: A GRAÇA DE DEUS que, em Cristo Jesus, nos providenciou uma “SEGUNDA ÁRVORE DA VIDA” para a definitiva redenção: A CRUZ do calvário!

Tudo se resume, se traduz, se concentra no AMOR! DEUS É AMOR! E a maior distância que existe no universo é aquela entre o AMOR e o ódio! Nada é mais radicalmente oposto do que o BEM e o mal! 

O AMOR E A CONVERSÃO DE PEDRO

João 21:14-17

  1. E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos.
  2. E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me (ágape) mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo (ágape). Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.
  3. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me (ágape)? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo (ágape). Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
  4. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me (ágape)? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me (ágape)? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo (fileo). Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

Existem 3 tipos de amor:

Ágape: é o amor de Deus, infinito, incondicional, nos amando exatamente do jeito que somos, sem esperar nada em troca. O amor que doa! Sem merecermos! Graça!!! Sendo que, Graça, é Deus nos tratar como não merecemos e, Misericórdia, é Deus não nos tratar como merecemos! 

Fileo: é o amor de amigos e de familiares. O amor de troca, que doa e recebe! Fraterno!

Eros: é o amor sexual, sensual, atração, mais conhecido como paixão. O amor mais egoísta, que deseja, que quer receber e se satisfazer! É natural e necessário para temperar o casamento.

Nas duas primeiras vezes, Pedro, ainda sendo o velho Pedrão, afoito e autossuficiente de sempre, tenta convencer a Jesus e a si mesmo de que realmente o ama (ágape), mesmo depois de tê-lo negado três vezes. A insistência de Jesus em perguntar “tu me amas?” (ágape), é uma confrontação necessária para a cura interior de Pedro. Jesus o faz sair de sua zona de conforto e finalmente se desnudar, cair em si, confessando, reconhecendo, humilhado e quebrantado, na terceira vez em que responde ao Senhor: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo (fileo)”… mas apenas como amigo… Ali Pedro se converte ao, humildemente, reconhecer toda a sua miséria, sua incapacidade meramente humana de amar (ágape) a Jesus, pois o AMOR supremo (ágape), só é possível se recebermos a capacitação que vem do altíssimo! É a porção de Deus em nós!

DEUS E O HOMEM

Existem apenas duas religiões no mundo: A “Religião de Caim” (religião dos homens, a falsa religião, “as religiões”), que são as tentativas dos homens de alcançarem a Deus, pelas obras e sacrifícios, pela caridade, pelo mérito próprio, tentando ser bom… E a “Religião de Abel” (a religião de Deus, verdadeira e santa), simbolizando a graça de Deus sobre o pecador que humildemente se reconhece como incapaz e necessitado. A oferta de Abel, que foi a que agradou a Deus, foi como um protótipo do sacrifício expiatório de Jesus, o cordeiro perfeito, sem mácula, sem pecado, inocente… único meio de nos tornarmos justos diante de Deus. A oferta de Caim foi baseada no mérito próprio, daí a simbologia. Basicamente, religiões humanas, são a tentativa do homem de alcançar a Deus! Enquanto a Graça de Cristo, é Deus alcançando os homens! A verdadeira religião (re-ligare, ou o religar do homem a Deus)! 

Deus é o amor! Os mandamentos são amor! O amor é vida! 

 

Francisco Ferreira

Gestor Esportivo

ceperf.com.br

 

 

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