⚽ COPA DO MUNDO, SUA LINDA!!! – UMA PENA QUE ACABOU!

COPA DO MUNDO, SUA LINDA!!! – UMA PENA QUE ACABOU!

Copa chegando ao fim e de novo aquela sensação meio vazia de fim de festa. É sempre assim, primeiro vem esse sentimento quando o Brasil é eliminado, e depois quando a Copa acaba, mas a final de hoje foi digna de um enredo de cinema! Simplesmente ESPETACULAR!

Em relação à Copa 2018, não vi nenhuma grande surpresa ou mudança, a não ser a seleção de Marrocos que chegou com méritos à semifinal. Futebol pragmático e de grande obediência tática como o da Croácia. Um monte de goleiros extraordinários! Um ritmo de jogo alucinante! Um treinador de se tirar o chapéu, o argentino Lionel Scaloni, que soube alterar sua equipe a cada jogo de acordo com os adversários e fazê-la evoluir ao longo da competição!

Em termos de modelo de jogo, quase todos jogam mais ou menos do mesmo jeito: Linhas compactadas, saída de bola de pé em pé, goleiro-líbero para gerar superioridade numérica, futebol apoiado, amplitude ao atacar, compactação ao defender, a pressão dos 3 ou 4 segundos na bola pós perda buscando sua retomada imediata… As variações no estilo de jogo basicamente se resumem a: Se ofensivo, valoriza a posse de bola e faz pressão na saída de bola adversária ou, se é mais defensivo, fecha atrás com duas linhas de quatro ou até mesmo de cinco recuadas. Como diz o grande Parreira, o 4-4-2 e suas variações, ainda é o sistema de jogo mais equilibrado! É o feijão com arroz que, se bem feito e com jogadores adequados, tem chances de ser bem sucedido.

Por mais pragmático e organizado taticamente que seja, no fim das contas ainda impera o talento, e quem tem um maior número de jogadores diferenciados, desde que bem treinados, sempre tem mais chances, graças a Deus!… pena que o Brasil foi desleixado em um único lance! Como se diz no futebol: “A bola pune”!

O equilíbrio deste futebol globalizado e meio mecânico, automatizado, é patente, com a maioria dos jogadores das seleções médias e grandes jogando em clubes europeus. Essa padronização é fruto também da informação instantânea do mundo contemporâneo.   

Brasil foi a equipe que apresentou o maior repertório ofensivo, mas mais uma vez saiu mais cedo por erros infantis. Falando sério, eu, particularmente, não gosto de cabelinho pintado, de tatuagens ou de dancinhas, mas de modo algum foram essas bobagens que fizeram o time ser eliminado, como quer nos fazer acreditar o fanfarrão e desequilibrado Neto, um sujeito capaz de tudo para causar e aparecer!

Se sou eu o treinador, após o nosso gol, a ordem seria para jogarmos como a Croácia, duas linhas de quatro deixando apenas o Neymar como válvula de escape mais adiantado no meio para puxar algum possível contra ataque com apoio de apenas mais um, para, trocando passes, ou tentar o gol, se houver clareza para tal, ou apenas levar a bola para longe da nossa área e fazer o tempo passar! Assim jogou a Argentina contra a Croácia! Ainda soa incompreensível que um jogador como o Fred, que havia entrado exatamente para ajudar a proteger a defesa e segurar o resultado tenha ido ao ataque faltando 5 minutos para o fim do jogo. Queria ser herói? Não deveria nunca mais vestir a camisa da seleção pra aprender e deixar de ser tão burro!

Argentina e Messi que começaram claudicantes, com uma surpreendente derrota para a Arábia, cresceram durante a competição e chegaram com méritos à final. Eu mesmo estava cético quanto ao Messi, achando que aos 35 anos já poderia estar em declínio físico, mas ele me fez pagar a língua! Com suas perninhas curtas, Messi tem o seu centro de gravidade mais baixo que os outros jogadores e assim consegue girar e/ou mudar de direção como ninguém, junte se a isso uma frequência de passadas e a habilidade de conduzir a bola em velocidade e próxima aos pés dignas de um Ronaldo Fenômeno, uma canhota preciosa nos passes e arremates e, por fim, uma visão de jogo que só os gênios possuem! Está aí um dos maiores da história do futebol!    

Iniciei o dia com tendência a torcer para que o Messi coroasse sua extraordinária carreira com um título de Copa do Mundo, mas ao ver um vídeo de torcedores argentinos explicitamente racistas, perdi essa vontade… mais tarde, já durante o jogo, com uma Argentina avassaladora no primeiro tempo e que parecia sobrar fisicamente — coitado do Brasil se tivesse enfrentado essa Argentina do primeiro tempo! — passei de novo a torcer por eles… porém, sem que ninguém esperasse, a França do ET Mbappé, sempre com dois, às vezes três adversários o marcando, vai lá e empata… sendo o segundo, um golaço!!!… Aí, na prorrogação o gol de Messi é dramático… um gol típico da Argentina: Tango, melancolia, chorado, trágico… me lembrou um pouco o gol de Kempes contra a Holanda na final de 78… bate rebate, até entrar… Argentina é isso: garra, luta, raça, entrega, suor, uniforme sujo… trabalhei com Juan Pablo Sorin e ele não me deixa mentir: o argentino não se entrega! Mas sentiram o baque após o empate da França! É o Futebol Braining… o cérebro comanda, e quem estiver mais forte e centrado tem mais chances. Último lance e o fenomenal goleiro Martinez faz um milagre cara a cara com Muani… Pênaltis: Messi e Mbappé, os dois craques são os primeiros a bater… uma questão de lógica básica para o Brasil aprender…

Conversei com o Raymond Verheijen durante o intervalo do jogo sobre o esplendor físico dos argentinos no primeiro tempo e ele estava meio revoltado: “5 pênaltis pra Argentina em 7 jogos! A FIFA queria que o Messi fosse campeão”! Disse ele.     

Fazendo uma análise resumida de como o Brasil ganhou e perdeu Copas do Mundo:

1958, 1962 e 1970: Foi no puro talento! Sendo que 70 já se iniciou um pouco na questão das Ciências do Esporte com um período preparatório bem metódico e uma organização tática adotada por Zagallo que fazia com que todos os jogadores se recompusessem atrás da linha da bola ao perder a posse.

1966: Zona total com a politicagem imperando — como sempre neste país imbecilizado — e o Pelé sendo caçado em campo!

1974: Pagamos o preço da nossa soberba e fomos surpreendidos por uma Holanda revolucionária, e com a qual não tivemos a humildade de nos preocupar.

1978: Tivemos um jogo decisivo contra a Argentina, mas em que o Coutinho preferiu colocar um time para dar porrada.

1982: Com um time fabuloso, nos faltou a humildade para jogarmos pelo resultado contra a Itália.

1986: Um bom time, mas coisas do futebol, como o pênalti perdido por Zico, logo ele, que não errava, mas estava ainda sem o aquecimento físico e mental adequado por ter acabado de entrar na prorrogação e depois a disputa de pênaltis.

1990: Um amontoado de bons jogadores, mas um futebol meio desvirtuado e discussões sobre premiações parecem ter sido decisivos. Pegamos ainda pela frente um Maradona que colocou Caniggia na cara de Taffarel.

1994: Um bom time, sem encantar, mas pragmático e organizado para jogar em função do talento de um Romário matador no auge da forma.

1998: A fatídica convulsão de Ronaldo botou tudo a perder, mas a França jogou demais naquele dia também.

2002: Felipão conseguiu unir um grupo de foras de série em busca de um objetivo comum deixando o estrelismo de lado.

2006: Um grupo igualmente extraordinário, mas com nosso melhor jogador na época, Ronaldinho Gaúcho, em má forma e um ambiente de muita badalação na fase preparatória.

2010: Um time sem estrelas e a negativa de Dunga em levar o jovem Neymar, nos levou a cair diante da Holanda com dois gols absolutamente evitáveis.

2014: Sem comentários! O 11 de Setembro do Futebol Brasileiro!

2018: A Neymar dependência e um time fortíssimo da Bélgica no caminho.

2022: A falta de inteligência de jogo, de malandragem, ou de humildade nos levou a entregar um jogo praticamente ganho… Pênaltis e mais um erro absurdo: deixar Neymar, nosso melhor batedor por último!

Não gosto da Globo e quase não a assisto mais, pois ela é corrupta! Mas não tenho como negar que Galvão Bueno é uma lenda! Apesar de sua chatice, muitas vezes com um ufanismo exagerado, tenho que reconhecer: o cara é bom no que faz! É a voz da narração esportiva brasileira! Um profissional que, embora erre nas análises técnicas muitas vezes, no aspecto de transmissão das emoções do clima do jogo, acerta quase tudo! Uma despedida muito bacana!

Copa do Mundo, sua linda!!! (Luis Roberto)
Até 2026!!!

 

Francisco Ferreira

Gestor Esportivo

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