SAF NÃO É MERO APORTE FINANCEIRO
Diferente do que pensam ou desejam muitos torcedores apaixonados, a questão das SAFs é muito mais complexa do que um mero aporte financeiro para contratação de grandes jogadores!
Tenho defendido há anos a transformação dos clubes em empresas, muito mais por conta das brechas que o modelo associativo proporciona. Na verdade, o modelo das “entidades privadas sem fins lucrativos” é um convite à corrupção e ao enriquecimento ilícito de dirigentes!
As SAFs chegam também para dificultar isso, pois quem investe vai querer retorno financeiro, portanto, vai exigir gestões eficientes, compliance, transparência, prestação de contas, etc. não tolerando o roubo e o endividamento irresponsável da instituição em busca do resultado imediato e a qualquer custo.
Mais: Uma boa gestão financeira é ação facilitadora para se criar condições para a montagem de boas equipes visando a performance esportiva. Lógico que neste encadeamento uma coisa depende da outra e devem andar sempre atreladas: Responsabilidade fiscal, saneamento financeiro, enxugamento da máquina, eficiência, transparência, credibilidade, projeto técnico consistente, performance, conquistas, retorno financeiro e institucional, reinvestimento, sustentabilidade = CICLO VIRTUOSO!
Sim, demora! Leva tempo! Tem que se respeitar os prazos e processos… mas as probabilidades de sucesso, mesmo com a complexidade e o imponderável inerentes ao futebol, serão maiores no médio e longo prazos se você primeiro cuidar de “arrumar a casa”!
Fácil seria chegar um Ronaldo, John Textor, ou 777 Partners da vida e só injetar dinheiro na contratação de jogadores em busca do resultado imediato! Na prática, isso seria apenas mais do mesmo que já é feito desde sempre pelos clubes no modelo associativo, só mudando o fato de que, neste caso, o endividamento viria para o investidor e não mais como naquele manjado filme em que acabava ficando a bomba sempre para a associação, e os dirigentes indo embora, muitas vezes com os bolsos cheios e sem nenhuma responsabilização… o que levou a maioria dos clubes a um endividamento simplesmente imoral!
Acredito que no futebol brasileiro atual, somente o Flamengo teria condições de se dar ao luxo de poder recusar sua transformação em SAF, devido ao invejável patamar de receitas que alcançou após o choque de gestão do Presidente Eduardo Bandeira de Mello! Mesmo o Palmeiras, se a Leia Pereira um dia sair, a situação deve ficar delicada. O Athletico PR, clube que sabe bem o seu tamanho e onde quer chegar, também pode pensar assim desde que não queira dar passos maiores do que as pernas… de resto… acho que tá todo mundo mesmo de pires na mão. Então, amigo… é SAF, ou fechar as portas, mais dia menos dia!
Sim! Há ainda um longo caminho a se percorrer no sentido jurídico da coisa, pois como não há ainda jurisprudência formada, dada a instituição tão recente da Lei das SAFs — se bem que nem sei se jurisprudência ainda vale de alguma coisa no Brasil atual — tem havido decisões judiciais de todo tipo, uma hora condenando as associações, outra condenando as SAFs como corresponsáveis, gerando muita insegurança jurídica e prejudicando o planejamento financeiro dos investidores. Espero que os magistrados venham a compreender os benefícios e vantagens das SAFs e passem a julgar com base nisto também.
TORCIDAS ORGANIZADAS
Deploráveis as cenas de selvageria de torcedores por ocasião do último clássico carioca (Vasco x Flamengo). Inaceitável ver uma turba munida de paus e porretes sendo escoltada pela polícia como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. O Brasil virou terra de ninguém: Impunidade, leniência com a criminalidade, falência do Estado… as guerras de torcidas nos remetem a isso!
Cansa falar disso porque todo mundo sabe que daqui há pouco acontece de novo… e de novo… e de novo… Como tudo o que envolve o estrito cumprimento da lei, falta vontade política! Margareth Thatcher acabou com os Hooligans na Inglaterra através de uma política de “Tolerância ZERO”! Baniu para sempre dos estádios o torcedor que cometesse o menor delito! Curto e grosso: Ou anda na linha, ou vai ser exemplarmente punido! Isto remete à famosa Teoria das Janela Quebradas: Não se combate a criminalidade com legislação frouxa e leniente! Um bom exemplo: Nova Iorque era considerada uma das cidades mais violentas dos EUA. Com a adoção de medidas de tolerância zero, por parte de seu então prefeito, Rudolph Giuliani, se tornou na época uma das mais seguras do mundo. O sistema baseou-se no princípio da repressão inflexível a crimes menores obrigando o respeito à legalidade e promovendo assim a redução de crimes. O combate intransigente à corrupção na polícia também foi fundamental para seu êxito! Os assassinatos diminuíram 61% e a prática de crimes em geral caiu 44%, depois da aplicação da política iniciada em 1994. A iniciativa aumentou o policiamento ostensivo nas ruas e as punições a contravenções e crimes menores, como não pagar transporte coletivo ou consumir bebidas alcóolicas nas ruas.
“Teoria das Janelas Quebradas”
O conceito que deu origem ao modelo de segurança pública “tolerância zero” foi a “teoria das Janelas Quebradas”, um texto publicado em 1982 pelo cientista político James Q. Wilson e o psicólogo criminalista George L.Kelling, na revista Atlantic Monthly.
O argumento dos autores considera um prédio com algumas janelas quebradas. Eles defendem que, se elas não forem reparadas, a tendência é que os vândalos quebrem mais algumas janelas. Eventualmente, o prédio pode até mesmo ser invadido se estiver desocupado, como efeito do aspecto de depredação.
Os autores usaram essas imagens para explicar que a criminalidade pode aos poucos se infiltrar em uma comunidade, provocando sua decadência e destruição.
Para os dois autores, se uma janela quebrada não for imediatamente consertada, as pessoas que passam pela rua podem pensar que ninguém se importa com o local e, portanto, não há um responsável ou autoridade para manter a ordem.
A premissa das janelas quebradas é: “Pequenas desordens levariam a grandes desordens e, mais tarde, ao crime”.
Essa teoria sustentou políticas de segurança pública em diversas cidades. Além de Nova York, Chicago e Houston também tiveram modelos de “choque de segurança”.
ARBITRAGEM:
Os nossos jogos são absolutamente irritantes!, se comparados com o jogo fluido, dinâmico e extremamente rápido dos europeus. É o cai-cai, as faltinhas ridículas, com jogadores desacelerando pra esperar um contato (mínimo que seja) do adversário pra se jogar e simular. São as paralisações e reclamações excessivas… Aqui eu até gosto um pouco do estilo do Leandro Pedro Vuaden, talvez o único que não apita qualquer faltinha e deixa o jogo fluir, mas parece ser só ele… Porém, acredito que tem uma SOLUÇÃO: Pulso firme e Império da Lei! Se sou árbitro, aviso aos dois capitães logo no sorteio da bola: Sem choro! Avisem pros jogadores dos dois times: Na primeira em que vierem reclamar, vou dar AMARELO! Na segunda, já vai ser o VERMELHO direto! PONTO! Acaba logo essa palhaçada!
Francisco Ferreira
Gestor de Futebol
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