FMF: CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE NO FUTEBOL… ATÉ QUANDO?
Quem me conhece sabe que eu não tenho muitas “papas na língua” e também sabe que sempre paguei um alto preço por isto, pois portas se fecharam para mim, por conta dessa franqueza que herdei de minha mãe! Sempre fui um idealista que não se conformava com a injustiça e a corrupção, mas já passei da fase da ingenuidade e hoje tenho plena consciência de que, bem diferente de um mundo ideal, vive-se é no mundo real! Consciente de que não vou consertar o mundo e também de que dificilmente vou conseguir uma recolocação no futebol, minha paixão e área para a qual busquei me preparar como poucos, hoje me contento em compartilhar um pouco do que aprendi e vivi. Cresci neste ambiente e, nele, aprendi a ser muito observador! Consegui enxergar nas entrelinhas o ciclo vicioso da corrupção e da blindagem garantida pela legislação retrógrada que rege as “entidades esportivas privadas sem fins lucrativos” (CBF, Federações, Clubes, Ligas…). De tanto dar murro em ponta de faca, cheguei ao ponto em que me cansei, tomei nojo e larguei! Hoje só escrevo e, agora, mais do que nunca, com “culhão”, sem nenhum receio de nada! Literalmente, “liguei o FODA-SE”!
Futebol é igual a política. Sendo pública e notória a existência de um “MECANISMO” que garante a perpetuação de alguns clãs ou patotas por décadas a fio no comando das instituições. São os “amigos do rei”! As famigeradas oligarquias! Desde o finado Cel. José Guilherme, passando por seu filho Elmer Guilherme — aquele que não sabia sequer falar a língua pátria com um mínimo de correção — formaria ótima dupla com o Itair Machado, quem sabe com o sugestivo nome: “Jeca-Ladrão & Rato-Capiau”! — “Pobrema”, “Atrético”, “esclaração”… PQP!!! — E chegando até aos atuais irmãos Aro, também membros do clã, está aí essa FMF para provar o que digo! Enriquecimento pessoal e favorecimento a familiares e amigos já foram objeto de investigações e até mesmo de CPIs, mas… ninguém tá preso! Que novidade, né?! Se até o Lula tá solto…
“Entidade Esportiva Privada Sem Fins Lucrativos”, em última instância sempre foi lugar para aboletar estes “amigos do rei” dentro de um mecanismo que resulta num convite sedutor à corrupção, dada a facilidade para ascensão e permanência no poder através da compra de votos (muitas vezes por migalhas), manobras, coerção, etc.; e dada também a fragilidade ou até mesmo inexistência de mecanismos de fiscalização, controle e punição, em um ambiente em que corre muito $$$ fácil! Vide as federações estaduais, vide o Cruzeiro tomado de assalto pela gangue do Itair, o capiau-estelionatário, passeando soltinho da silva pelas ruas de BH; vide a CBF com praticamente todos os seus ex-presidentes investigados, condenados e afastados por corrupção e enriquecimento ilícito! Parece que apenas o finado Giulite Coutinho era honesto! Assim, ninguém quer largar o osso! Tem presidentes de federações esportivas, não só do futebol, há 30 anos no cargo! Ou seja, se você tem o conselho (clube) ou os presidentes (federações, ligas…) comendo na sua mão, você pode fazer o que bem entender dentro da instituição! Onipotência! Manda, desmanda, fica o quanto quiser e… rouba o quanto quiser também… um dia vai embora, rico!, e a instituição… quebrada, falida!
Pois bem, alguns anos atrás, eu ainda trabalhava no Cruzeiro, quando ouvimos um boato, vindo de gente graúda, de que atleticanos poderosos e milionários, estariam se articulando em um esquema secreto que teria como objetivo destruir o seu arquirival, o Cruzeiro, que à época, exercia soberania quase absoluta no futebol de Minas Gerais. Teorias da conspiração à parte, o fato é que, se não temos provas materiais, temos no mínimo fartos indícios: Kalil já disse por várias ocasiões sobre seu ódio e sua meta de vida que seria, destruir o Cruzeiro!; Diz-se, à boca miúda, não sabemos se realmente procede, que Itair Machado, o crápula-capiau, teria sido financiado pelo BMG (ele até possuiria franquias de lojas de crédito consignado do banco) na campanha para eleger Wagner Pires, e ele, Itair, fora mantido nas sombras até o momento do resultado daquele pleito; Já eleito, e como mandachuva, ele deu emprego no marketing do clube para a filha de um dirigente do BMG, atleticano e ex-diretor do rival… bem, o resto da história é de conhecimento geral: a derrocada do clube celeste, que foi corroído por dentro e quase extinto por conta da roubalheira e gastança desenfreada de uns dementes que achavam que $$$ dá em árvore! Então… Teria sido Itair um “Cavalo de Tróia”?! Fica a pergunta…
Mas… — seguindo com o raciocínio — tem-se a impressão de que está mesmo tudo dominado pela facção alvinegra: Kalil prefeito, e podendo se lançar para governador; a MRV dona da Itatiaia e CNN, despejando 500 milhões no clube de Lourdes; Castellarzinho na CBF com chances reais de vir a ser o seu próximo presidente; FMF dominada há décadas por atleticanos… Ainda aumentando essas suspeitas, temos a própria campanha do CAM no Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores do ano passado (alguém já tinha visto o Boca Jrs ser prejudicado pela arbitragem dentro de La Bombonera?! E depois o fato se repetir no Mineirão?!). O Atlético, mesmo tendo uma ótima gestão e com elenco de sobra para ser campeão, foi absurda e descaradamente beneficiado pelas arbitragens e pelo VAR! Anulações polêmicas de gols contra, pênaltis “estratégicos” a favor e em uma quantidade no mínimo suspeita: foram 20 na temporada! Parece que se cercaram mesmo por todos os lados: O tal jogo de bastidores, do poder político e do poder econômico! Talvez vacinados pelas várias vezes em que o Atlético, assim como tantos outros clubes de fora do eixo Rio-São Paulo, foram prejudicados pelas arbitragens! Aliás, abro aqui um parêntesis para revelar que, no período de 11,5 anos em que trabalhei no Cruzeiro, pude testemunhar que lá, todos tinham plena consciência de que, para ser campeão contra os clubes do eixo, era necessário apenas uma coisa: jogar muito mais do que eles!
O Cruzeiro tem sua parcela de culpa e vem pagando — caro! — pelos seus erros: Um conselho corrupto e afeito a interesses e benesses pessoais permitiu que se chegasse ao ponto de quase insolvência, mas é notório também que parece haver uma tremenda má vontade contra o clube na esfera política do futebol brasileiro… Coincidentemente, à partir do período em que Castellarzinho se tornou diretor da CBF! Nas duas edições de que participou da Série B, o Palestra Mineiro foi descaradamente prejudicado pelas arbitragens, mesmo contra equipes pequenas. E ao que parece, esta sina continua.
No jogo pela terceira rodada do Campeonato Mineiro/2022, Cruzeiro 0 x 2 América, os azuis foram escandalosamente ROUBADOS! Atuei no futebol por mais de 30 anos e a gente consegue enxergar quando é “erro” e quando é “roubo”! O Cruzeiro, dentro da ousada proposta de jogo ofensivo de seu treinador, dominava e esmagava o bom time do América em seu campo de defesa, até que abriu o placar em boa trama, mas marcaram um impedimento ridículo inventado pelo bandeirinha Marcyano da Silva Vicente, e depois a “cegueira” seletiva do árbitro Ricardo Marques Ribeiro e do quarto árbitro André Luiz Skettino, que viram a agressão do Wagninho no Patrick, mas “não viram” o lance em que Wellington Paulista nitidamente chuta o rosto do William Oliveira. Lance claríssimo para expulsão, mas que não resultou nem em cartão amarelo!
O staff do novo Cruzeiro talvez ainda não tenha percebido o que está acontecendo e o que virá pela frente. Como são nomes técnicos, focados na gestão do futebol, talvez seja necessária uma atuação de nomes políticos (nunca imaginei que eu ainda diria isso!), pois a guerra está se desenrolando é nesta esfera! O Cruzeiro precisa reagir contra isso tudo!
O Cruzeiro vendeu os direitos de transmissão de seus jogos para O Tempo e a FMF, em retaliação, marcou seus jogos para horários esdrúxulos. Depois, com a pressão da torcida celeste, veio a público a remarcação dos horários alegando que “era porque já havia uma negociação com a FMF e Globo para o ano que vem” informou a “Federação Mineira de Favorecimento ao CAM”. Ainda teve o desplante de não colocar o nome do clube no rol dos participantes do campeonato em seu website! Que abuso!!! Que absurdo!!! Mas ninguém diz nada! Nem o Cruzeiro, nem a imprensa!!!
Há uma Lei Federal, sancionada pelo Presidente Bolsonaro ano passado, que permite aos clubes negociarem seus jogos como mandantes com qualquer canal que acharem conveniente. É evidente que não poderia haver punição ou retaliação. É um direito mais do que legal! Mas a realidade é que tanto a FMF, como a Globo, desafiam a lei publicamente! É a impunidade!
Lembrete: se o Cruzeiro chegar em primeiro lugar a Globo não terá direito a transmissão. Então preparem-se para mais roubalheira. Mais: A FMF colocou no regulamento que o mando de campo é dela, que será uma final com jogo único. Só que a Lei do Mandante foi sancionada pelo Bolsonaro em Setembro e o regulamento do campeonato datado em 27 de Novembro. E nenhum acordo, mesmo se houver assinatura do Cruzeiro, se sobrepõe a uma Lei Federal. Se o Cruzeiro “chiar” o quanto antes possível poderá haver a judicialização dessa final de campeonato. Mas tá tudo muito fechado, ninguém fala nada. Preocupante! Abre o olho Ronaldo, “o sistema é foda meu irmão” e ele vem de longa data!
O Atlético sempre foi o clube dos ricos e poderosos, dos políticos influentes, dos médicos, engenheiros e advogados nascidos dentro do perímetro da Av. do Contorno, por isto mesmo, sempre favorecido! Do lado oposto, o Cruzeiro era o time do povo, dos operários italianos chegados na virada dos Séculos XIX para XX, como mão de obra para construir a nova Capital das Alterosas — Meus bisavós Ângelo e Angelina Rainoni, estavam entre eles! — A história do Palestra sempre foi de luta contra tudo e contra todos! Os nascidos antes da década de Ouro do futebol mineiro, os anos 60, devem se lembrar do primeiro clássico pelo campeonato mineiro, no recém-inaugurado Mineirão: 23/10/1965, o Cruzeiro já vencia por 1×0 quando o árbitro Juan de la Pasión Artéz, teve a audácia de marcar um pênalti claro contra o CAM… Sim! Audácia!, pois havia já 9 longos anos que nenhum árbitro da FMF tinha peito para apitar um pênalti contra eles! Foi preciso vir um árbitro estrangeiro! Revoltados com tamanho atrevimento, os jogadores atleticanos partiram para cima do árbitro e nove deles foram expulsos, interrompendo assim uma partida que, segundo o gênio Tostão, que atuou naquele jogo, tinha tudo para se tornar uma goleada história, tamanha era a superioridade técnica dos azuis!
Enfim, futebol é mero reflexo de nossa sociedade, de nosso ambiente político, da nossa maldita herança ibérica de uma “cultura dos privilégios”! Não sei se um dia vai mudar…
Francisco Ferreira
Gestor Esportivo
www.ceperf.com.br
Share Now
Related Post
2 Comments
Desenvolvido por . Ceperf 2019. Todos os direitos reservados.
Escreva seu comentário