👨‍👩‍👧‍👦 MISTÉRIOS DA VIDA

Hoje, nada de futebol… apenas um texto diferente…

MISTÉRIOS DA VIDA

Em praticamente todas as culturas, seja dos indígenas americanos, dos povos africanos, dos asiáticos, dos esquimós, da cultura judaico-cristã, ou islâmica originais, dentre outros tantos… nota-se que há uma ordem natural, uma espécie de hierarquia. A família é núcleo central e nela os pais são “grandes”, ou melhor, autoridades em relação aos filhos. Uma mesma ordem parece prevalecer em relação ao filho mais velho para com os irmãos mais novos.

Ao contrário das teorias de gente como Foucault, ou Gamsci, dentre outros, subverter a ordem ou as estruturas de poder não traz benefícios, senão o de conquista de poder a qualquer custo para os seus próprios líderes.

A ordem é boa e tem fundamento em Leis criadas: Leis da física (gravidade…), química (reações entre os elementos: nada se cria, nada se perde: tudo se transforma…), e assim podemos nos enveredar também pelas Leis espirituais e naturais: Colhe-se o que se planta… quem planta o bem, recebe o bem, quem planta maçãs, vai colher maças e não abacates…

A ordem estabelecida e desejável implica em poder e autoridade, desde que sejam justos e submetidas em obediência à autoridade maior e seus princípios! A Lei é boa, nos mostra a nossa natureza! A Graça veio cumpri-la e é ainda melhor, pois mostra que a nossa dívida já foi paga, basta aceitá-la e tomar posse em atitude de humildade e gratidão!

Na relação Deus-Homem-Mulher-Filhos-Próximo… dentro dos propósitos idealizados, há harmonia! Os judeus compreendem muito bem os princípios desta hierarquia e valorizam como poucos os ritos de celebrações que criam e fortalecem o senso de identidade e propósito. Ritos de passagem como Bar e Bat Mitzvah, por exemplo! Celebrar é acima de tudo agradecer, se alegar pelo que se tem e se vive! Tá na moda a palavra “gratidão” e isso é bom! A tão disseminada ideia da prosperidade dos judeus, acredito eu, deve ter como causas, além da promessa bíblica, a escolha e aliança descritas no Velho Testamento, também a obediência a estes princípios tão arraigados em sua cultura!

Na ordem natural, os pais são grandes, os filhos pequenos, pois são os pais que dão o bem maior que alguém pode ter que é a vida! Daí se diz que a vida é sagrada! É dom de Deus! Mesmo aquela pessoa mendigando na sarjeta, ou inválida, doente… é dom de Deus! É vida! É sagrada aos olhos do Pai! O porque de estar naquela condição pode ser por ignorância/desconhecimento, pecado, maldição, desígnio do Criador? Humildemente não tenho resposta exata, apenas suspeitas e suposições…

Pai é FORÇA! Mãe é SUCESSO! Porque Testosterona é conquista, força, ousadia, macheza, luta e até mesmo guerra, quando necessário! O macho é doador, plantador, penetra e conquista, fecunda e traz segurança, provisão e proteção aos seus! Ele protege a aldeia! Sai para caçar e traz o alimento!

A fêmea recebe, acolhe, agasalha, é fecundada e gera a vida! Viver é sucesso! Se você nasceu e existe, você é um vencedor! O milagre da vida está em você! Ela amamenta, cria e protege o ambiente mais íntimo de amor e segurança! Ela protege o lar! Prepara o alimento com capricho e sabor! Maternidade é um dos mais belos desses tantos mistérios que Deus criou!

O lado/braço direito é a força que vem de seu pai: ação/realização! O lado esquerdo/coração, é o sucesso que vem de sua mãe: emoção/sentimento! O pai carrega o filho de frente para o mundo! A mãe o carrega voltado para seu peito!

Pessoas que vem de lares desestruturados, ou que sofreram abuso dos pais, tendem a não aceitar essa hierarquia. São traumatizadas demais para entenderem o amor, logo se tornam rebeldes, amargas, inconformadas e acham que tem que revolucionar o mundo. Desconsideram um dos valores mais importantes: a liberdade individual para que cada um possa ser/empreender sendo responsável pelos seus próprios atos, liberdade para usar seu potencial em busca da felicidade sabendo que seus esforços e méritos é que lhe trarão as recompensas! É Lei natural!

Aí vem as Escrituras e nos dizem: Reparta o pão, ampare o necessitado… voluntariamente, com alegria no coração e não por coação! Ao mesmo tempo diz: aquele que não trabalha, não coma… em referência ao preguiçoso! É Lei espiritual! Só se consegue através do Espírito Santo que te preenche e te capacita a realmente amar ao próximo! 

A compreensão de que o mundo jaz no maligno, de que não vou mudar o mundo, muitas vezes só vem com a maturidade. Quando jovens, descobrindo o mundo, nos inconformamos com a injustiça e, na nossa mais do que natural impulsividade juvenil, achamos que temos a solução para quase todas as mazelas. Nesta fase somos presas fáceis para a manipulação ideológica ou política, seja através da retórica sofista, ou mesmo das narrativas superficiais que geram o chamado efeito rebanho: aceitação, inclusão, pertencimento ao pensamento da moda! “Antissistema”! Rebelde sem causa!

Já casado, constituindo família, você percebe que seu foco agora é aquele grupo de pessoas que você ama mais do que tudo e começa a entender a responsabilidade que está em suas mãos! E você luta e se sacrifica por eles! Não há nada mais gratificante do que o nascimento de um filho e acompanhar cada fase de seu desenvolvimento, descobertas, aprendizado, o retorno amoroso dado por eles, a percepção da segurança que você como pai lhes proporciona! Você fica todo bobo com o sorriso daquele bebezinho e não consegue imaginar algo que você ame mais!!! Ali você É O AMOR! E esse amor é porção de Deus em você! Para aquela criancinha inocente, ingênua e indefesa, o papai é o herói, suprindo também o desejo inconsciente que todo homem tem ser um super-herói para a sua esposa e seus filhos! Quando você ensina um filho a andar de bicicleta, ou o leva pra tomar sorvete, você é um herói!

O Velho Testamento afirma exaustivamente a importância de se gerar descendência. A vida de nossos antepassados está em nós, assim como a nossa está em nossos filhos. Sem nos darmos conta, as vidas daqueles que se amaram para que tivéssemos vida está em nós! Cada um de nós como indivíduo único que só existe porque exatamente aquele pai e aquela mãe se uniram em uma só carne! Se qualquer um deles fosse uma pessoa diferente, eu não existiria! Existiria uma outra pessoa!

Há uma ordem, um destino, uma história pré-redigida e sobre a qual só o Criador tem conhecimento e controle! Identidade e propósito: Não somos frutos do acaso! Pai & Mãe: Não os endeuse, ou trate como heróis… são pessoas de carne e osso como nós! Não sinta pena, raiva ou menosprezo! Não odiar, não guardar rancor e amargura… Eles fizeram o que deram conta (nós também… somos cheios de defeitos!) e não sinta pena nem culpa ou vontade de mudar aquilo que não está ao seu alcance! Honre, ame, se veja menor do que seus antepassados e agradeça!

Mesmo um filho que tenha nascido de algum ato abominável como, por exemplo, um estupro, deve reconhecer que ele simplesmente não existiria. Por mais traumático e maldito que seja, trabalhe para transformar essa maldição em benção! Busque o bem de forma que ele suplante o mal! Esta é a verdadeira contracultura do mundo atual! E mais: suponha que este mesmo pai estuprador tenha sido um analfabeto e você, filho, chegou a ser um pós-doutor! Você nunca pode se achar maior do que seu pai, pois foi ele que te gerou, que te deu o bem maior… sua própria vida! – que ninguém entenda aqui como concordância com o ato criminoso do pai, ou algo do tipo – Lute! Busque conhecimento! Sem “Síndrome de Deus”, transforme o que estiver ao seu alcance e peça a Deus que te use segundo a Sua vontade!

Casais que se separam, tentem entender: O que acabou foi o relacionamento, não a família que continua através dos filhos. Enxerguem seu cônjuge em seus filhos. Liberem o ex-cônjuge, desejem-lhe felicidade e libertem-se, pois separar sem amar é escravidão! Ódio e falta de perdão é prisão da alma!

Dizem que as pessoas mais geniais são aquelas que souberam ou sabem ler nas entrelinhas da vida! Sensibilidade, percepção, enxergar aquilo que outros não veem! Amar a Deus acima de todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo!, ou seja, o relacionamento vertical que te capacita a se relacionar horizontalmente é a essência do amor e da sabedoria!

Identidade e propósito: Quem sou eu? Um filho do Deus altíssimo criado à sua imagem e semelhança, por modo assombrosamente maravilhoso! Para que fui criado? Para ser benção, luz e sal da terra, um padrão de boas obras, imitador de Jesus Cristo!

Durante os últimos anos lutei com todas as minhas forças por uma recolocação no mundo do futebol, minha paixão e pela qual busquei me preparar com a intenção de fazer a diferença, de ajudar a transformar e libertar este meio tão cheio de vícios! Como resultado, cheguei à beira da exaustão! Então me rendi e entreguei no altar esse meu Isaque (o futebol)… me sinto em paz e descansado! Deus no controle!   

CONSTELAÇÃO FAMILIAR: Descobri a Constelação Familiar recentemente e tem sido algo surpreendente e libertador em minha vida! É algo que trabalha essencialmente dentro de princípios ou ordens do amor e da vida, do perdão e do fazer o bem. Verdade e Conhecimento, como fontes de Vida, expressão do pensar do Senhor Jesus Cristo: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”; “Eu sou o caminho a verdade e a vida”… Impressionante é como ignoramos tantas coisas e nos privamos de conhecer coisas profundas e verdadeiras que poderiam mudar nosso viver!!!

O comportamento dos nossos antepassados afeta nossa aptidão para criar bons relacionamentos. Possíveis ausências de respeito ou gratidão da parte de nossos antepassados também afeta o campo de energia. Textos bíblicos como “até a terceira ou quarta geração”; “Honre a teu pai e tua mãe e terás prolongados os dias de tua existência”, confirmam-se nas constelações familiares. Imersos no campo energético familiar, muitas vezes ignoramos sua influência que permanece fora de nossa consciência.

A teoria desenvolvida pelo padre alemão Bert Hellinger, embora não seja algo “religioso”, não tem nada de antibíblico! Pelo contrário, ela vem confirmar e até mesmo complementar o entendimento sobre os princípios bíblicos referentes a honrar pai e mãe, genealogias, descendência, padrões de comportamentos, bençãos, maldições, etc.  Muitas vezes, estamos presos a comportamentos e hábitos que nos derrotam e incitam a cometer atos que não compreendemos ou não desejamos e dos quais acabamos por nos arrepender! Como bem diz o apóstolo Paulo em Romanos 7:19-20: “Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim”.

Considerado o mais inovador terapeuta contemporâneo, especialista no atendimento de pessoas, casais ou famílias que enfrentam situações difíceis, BERT HELLINGER – um empírico por excelência – nasceu na Alemanha em 1925. A fé Cristã dos seus pais preservou a família do nazismo. Em sua juventude, ele supõe ser um inimigo do povo. Com vinte anos, ele se prepara para se tornar padre. Trabalha como missionário na África do Sul entre os zulus durante dezesseis anos, período em que foi ao mesmo tempo padre e diretor de uma escola de tamanho considerável, além de participar de cursos de dinâmica de grupo inter-raciais e ecumênicos, promovidos pelo clero anglicano. As influências de maior peso que Hellinger sofreu foram ricas e variadas. A experiência da sua primeira infância cobre o período que antecede a guerra na Alemanha: o nazismo – ao qual ele se opõe – assim como a guerra e suas consequências.

Na qualidade de sacerdote que estudou teologia, filosofia e pedagogia, vê-se diante dos costumes, dos rituais e da música dos zulus. A formação sistêmica, somada à dinâmica de grupo fundada no diálogo, na fenomenologia e na experiência humana, marcam para ele uma etapa decisiva.

Depois de 25 anos como padre, ele deixa sua congregação religiosa, volta a Alemanha, parte para uma formação em psicanálise e se casa. Hellinger estuda inúmeras abordagens terapêuticas e se torna um psicoterapeuta desenvolvendo sua própria Terapia Familiar Sistêmica: Terapia baseada na respiração e no corpo; Análise transacional; Constelações familiares; Programação neurolinguística; Terapia provocativa; Terapia do abraço… Hellinger se define hoje como filósofo. Sua curiosidade intelectual o leva em direção a novos conhecimentos. Ele qualifica seu método de fenomenológico. É um método profundamente empírico, cujo estudo experimental lhe permitiu descobrir inúmeras leis que governam nossa vida e nosso destino. Quando Hellinger aborda a questão dessas leis, ele se recusa a ser categórico, com medo de alienar sua preciosa liberdade para evoluir e aprender. Ele incessantemente põe à prova essas leis, como o fazem todos aqueles que praticam as constelações. Elas são validadas, adaptadas e até mesmo revogadas por seu método fenomenológico. Hellinger expressa acima de tudo sua humildade por considerar que não é uma obra acabada ou imune a questionamentos. Pelo contrário, está continuamente sendo aprimorada e corrigida!

Foi graças ao envolvimento com a terapia familiar que ele se deparou pela primeira vez com as constelações familiares, marca registrada de sua obra terapêutica, e abordagem à qual ele acrescentou novos níveis de significação e possibilidades. Hellinger, que mora na Alemanha, é figura extremamente popular na Europa. Seus livros e vídeos, verdadeiros best-sellers, bem como suas conferências, provocam um vivo diálogo entre os membros da comunidade terapêutica internacional, colocando-o na linha de frente da terapia familiar.

O poder dos sistemas familiares: Ao vir ao mundo no seio de uma família, não herdamos somente um patrimônio genético, mas sistemas de crença e esquemas de comportamento. Nossa família é um campo de energia no interior do qual nós evoluímos. Cada um, desde seu nascimento, ocupa aqui um lugar único. Do mesmo modo que os aviões aguardando para pouso em um aeroporto congestionado – cada um à velocidade e altitude que lhes são próprias (momentos que parecem intermináveis para os passageiros) – nós somos, também, mantidos em nosso campo familiar pessoal e individual num nível determinado, que trava ou faz crescer a nossa disposição para ser feliz, escolher livremente, ter êxito naquilo que empreendemos, para fazer durar os relacionamentos agradáveis, a saúde, o bem-estar e também as doenças. Acontece que experimentamos o sentimento de termos sido mantidos nos esquemas problemáticos desde tempos imemoriais. As constelações familiares nos dão a oportunidade de compreender os esquemas em seu nível mais profundo. Elas permitem que nos libertemos, ao mesmo tempo que encontramos a paz e a felicidade.

A natureza do nosso campo de energia familiar é determinada pela história da nossa família, principalmente sua religião e suas crenças, em outras palavras, sua consciência. Nosso país de origem, a religião em meio à qual nascemos, também desempenham um papel. Essa natureza é moldada por acontecimentos marcantes, como a história dos relacionamentos dos pais e dos avós, morte de uma criança muito nova, aborto, parto prematuro, adoção, suicídio, guerra, exílio forçado, troca de religião, incesto, antepassado agressor ou vítima, traição, ou mesmo a confiança.

As ações generosas e altruístas de nossos pais e de nossos antepassados são saudáveis para nós, enquanto suas más ações modificam o campo energético familiar, obrigando as gerações posteriores a pagar o preço. Entre as más ações estão: adquirir bens de forma duvidosa, trapacear ou roubar, pertencer a uma corporação cuja função envolva matar (como o exército, por exemplo), as diferentes formas de violência, a internação psiquiátrica ou a prisão de membros da família, os acidentes que terminam em morte, renegar sua religião ou seu país.

O comportamento dos nossos antepassados em relação às mulheres ou aos homens afeta nossa aptidão para criar bons relacionamentos. As constelações familiares nos ensinam que a nossa família pode ser a nossa “sina”. Entretanto, não estamos irremediavelmente presos a essa sina e podemos alcançar a cura.

Ao compreender os mecanismos desse processo, ficamos na posse do poder de controlar o nosso comportamento a fim de evitar sofrimento para as gerações futuras. O método Hellinger qualifica seu método de “fenomenológico”. 0 que ele quer dizer com isso? Que o fundamento do trabalho em constelações familiares é “aceitar as coisas como elas são”… este é, aliás, o título de um dos livros de Hellinger. Os terapeutas não podem conceber, relativamente aos seus clientes, desejos e objetivos pessoais.

O seu papel é colocar-se a serviço do campo de energia. Eles se interessam pelo que é, pelo momento presente. A história familiar ajuda a clarear a posição dos representantes, nós a utilizamos como fonte de informações factuais. Evitamos todo julgamento e qualquer interpretação. Hellinger explica seu método dessa maneira: “A serenidade e a lucidez diante dos acontecimentos tornam-se possíveis pelo fato de ‘aceitar o mundo como ele é’, sem intenção de fazê-lo mudar. Trata-se, fundamentalmente, de uma posição religiosa, já que ela me alinha com um Todo (Deus) que me transcende sem que para isso me separe dele.

Não pretendo atingir um conhecimento superior e não espero realizar nada mais do que aquilo que as forças internas, já funcionando dentro do sistema, realizariam sozinhas. Quando testemunho um acontecimento terrível, esse é também um aspecto do mundo, e eu aceito isso. Quando vejo algo de bom, eu também aceito isso. Dou a essa postura o nome de ‘humildade’: é o fato de aceitar o mundo tal como ele é (e NÃO querer ter o controle, querer ser “deus”!). Só essa aceitação torna possível a percepção. Sem ela, os desejos, os medos, os julgamentos (as construções do meu espírito), interferem na minha percepção.

Essa postura está na origem dos movimentos de onde decorre a harmonia. O amor: a energia que anima as constelações familiares, a terapia e o desenvolvimento pessoal se manifestam em diferentes níveis, que podemos pensar em termos de ego e de alma.

No plano do ego, todos temos nossas histórias: “Meu marido me enganou” – “Tenho um filho problemático” – “Minha mãe é responsável pelo suicídio do meu pai”. Temos o hábito de enxergar de um lado as vítimas e do outro os agressores. As vítimas são inocentes, enquanto os agressores são responsáveis pelo sofrimento que causaram, consequentemente eles devem ser censurados e punidos.

As histórias que sempre contamos sobre a nossa família e sobre acontecimentos importantes que se deram nela não são totalmente “verdadeiras”. Na verdade, podem ser reflexos da nossa interpretação dos acontecimentos de que fomos testemunhas ou dos quais participamos, ou nos contaram. Nossas histórias são as ideias que formamos sobre o que se passou. As constelações familiares buscam com amor, e sem qualquer julgamento, aquilo que realmente aconteceu. Tentam trazer à tona a estrutura do campo de energia familiar, que levou os membros de uma família a se tornarem agressores ou vítimas, a ficarem com problemas mentais ou doentes, e levar a cura a essa estrutura.

O plano da alma é um plano de amor puro, desprovido da intenção de julgamento e de punição. Ele se caracteriza pelo fato de assumir totalmente suas responsabilidades. Mais do que se preocupar em incriminar uns e outros, ele enxerga além. Alguns acontecimentos familiares ocorreram há muito tempo, o que resulta para nós em atos e pensamentos que escapam do nosso controle consciente. Mesmo que isso ocorra, não procuramos por desculpas. Assumimos nossa responsabilidade e, às vezes, chegamos até mesmo a assumir a culpa por eles. Numa constelação familiar, colocamos as questões: “O que se passou na minha família ou na do meu marido que o levou a me trair? O que se passa entre mim e meu marido, ou em nosso campo de energia, para que meu filho seja tão problemático? O que se passou na família do meu pai que possa explicar por que ele se suicidou?” Procuramos compreender e curar por meio do amor.

Não culpar, antes, perdoar, não julgar, não se vingar, pois Deus é quem nos vinga, é quem julga, e quem nos perdoou definitivamente! Coloque-se no lugar do outro! Tente saber, compreender porque o outro agiu dessa ou daquela maneira. Olhe para si mesmo e veja também as suas falhas… Fazei ao teu próximo aquilo que queres que vos façam… ame ao teu próximo como a ti mesmo… porque falas do cisco no olho de teu irmão quando tu mesmo tem uma trave em seu olho?”… 

O trabalho da alma da família, de Hellinger, é uma psicoterapia que já vem sendo realizado em diferentes culturas e países e cuja prática, além da cura, traz-nos nova luz para a integração entre ciência, espiritualidade e amor. A ordem oculta do amor traz revelações profundas e práticas sobre o que faz o amor fluir nos relacionamentos, demonstrando como forças profundamente entranhadas no sistema familiar podem ser redirecionadas para a cura, quando membros desse sistema são reconhecidos, respeitados e recolocados no seu devido lugar. Segundo Hellinger, em vez de ter uma alma, participamos de uma alma. Isto nos ajuda a compreender o que acontece numa família, ou seja, que a mesma tem uma consciência comum que em grande parte é inconsciente e que pode ser observada pelos efeitos que tem sobre todos os membros da família.

ESTHER FRANKEL: “A minha convivência com o trabalho de Hellinger fez-me compreender melhor e ir mais fundo nas minhas origens, como filha de uma sobrevivente de Aushwitz, ver o quanto isso ainda marca a minha vida, poder tocar profundas e inconscientes feridas e ainda dar lugar na minha alma para os meus queridos familiares que nunca tive a sorte de conhecer, reorganizando minha vida, tecendo assim partes esgarçadas da minha existência. Esta forma de terapia tem-me ajudado também a dar me conta de como os descendentes dos predadores podem passar por sofrimentos semelhantes aos dos descendentes de suas vítimas. E isso motiva-me ainda mais a apresentar e compartilhar o trabalho de Hellinger e poder contribuir para fazer fluir o amor nos relacionamentos. Como psicoterapeuta corporal, trabalhando na área clínica há mais de 20 anos, verifico como é fundamental a transdisciplinaridade e o quanto tem sido importante integrar em minha prática a Sistêmica de Bert Hellinger para poder trabalhar com os meus clientes os campos do amor, ou seja, da sua história familiar à psicoterapia somática individual”.

Conclusão: Devemos entender que cada indivíduo faz/fez aquilo que deu/dá conta. Cada um de nossos antepassados teve sua própria vida, destino, comportamentos, virtudes, alegrias, tristezas, vitórias, derrotas, defeitos, pecados e etc. próprios e não podemos mudar isso, nem devemos sentir pena, culpa, raiva ou vingança! Deixemos Deus ser Deus e confiemos que Ele está no controle nos ama a todos com amor igualmente e com amor incondicional!

Busque o conhecimento! Ame! Perdoe! Faça o Bem!

– No princípio criou Deus, os céus e a terra…

– Criou pois o homem, à Sua imagem e semelhança…

– Deixará o homem, pai e mãe, e se unirá à sua esposa formado os dois, uma só carne…

– Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra…

– Honra a teu pai e tua mãe e terás multiplicados os dias de tua existência…

Francisco Ferreira