MODELOS DE GESTÃO DO FUTEBOL
Basicamente, destacam-se duas visões predominantes:
MODELO ARCAICO: Predominante no modelo associativo: Gasta-se rios de dinheiro na busca irresponsável pelo resultado imediato. Meu time tem que ser melhor do que o rival! Temos que montar elenco! Temos que contratar jogadores de renome para dar satisfação e/ou nos justificarmos perante a torcida, ao conselho e a imprensa! Este é o modelo que, com raras exceções e blindado pela legislação arcaica, vigorou por décadas a fio no futebol brasileiro, levando, como consequência, ao estado de endividamento e situação pré-falimentar da maioria dos clubes. Falido! Político! Insustentável!
MODELO SUSTENTÁVEL: Gestão de médio e longo prazo para crescimento sustentável do clube em busca de um Ciclo Virtuoso. Enfoque em três pilares fundamentais para um projeto que vise a recolocação de um clube em um outro patamar. Lucrativo! Mérito! Sustentável!
- GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS: Profissionais de excelência contratados para tocar o projeto de reestruturação; Não necessariamente caros, pois existem inúmeros bons profissionais à disposição, apenas esperando oportunidades. Adoção do Organograma Matricial como forma de inserção de todos no processo: Um ambiente de constante “brain storm” em que há sim hierarquia e uma Matriz LDP, que estabelece quem lidera, quem decide, mas TODOS participam, gera um senso de Valorização! Pertencimento! Proatividade! Cooperação! É a conquista de mentes e corações para os projetos da empresa! Pessoas fazem as empresas e neste ambiente horizontal, elas se sentem melhor! Assim, uma gestão mais humanizada do futebol é algo plenamente desejável e benéfico tanto para a empresa com para seus funcionários. Segundo pesquisa encomendada pela Harvard Business Review, colaboradores mais satisfeitos são 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores. E segundo a neurociência, um funcionário feliz em um ambiente saudável de trabalho, entrega até 20% mais do que um funcionário infeliz em um ambiente tóxico!;
- GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA: Saneamento e enxugamento da máquina do clube gerando eficiência, resultado operacional e credibilidade. Responsabilidade acima de tudo. Nunca gastar mais do que arrecada;
- GESTÃO TÉCNICA DO FUTEBOL: Trabalho assertivo, criterioso, de montagem de um time competitivo mesmo com poucos recursos e ênfase na implantação do DNA do clube, metas e objetivos de curto, médio e longo prazos. Investimento efetivo em Ciências do Esporte desde as categorias de base e protagonismo aos departamentos de análise de mercado e de desempenho. Enfoque no aspecto humano, tendo a compreensão de que atletas não são máquinas e buscar, como já citado, a conquista de suas mentes e corações para os projetos do clube. Uma gestão mais humanizada do futebol seria muito bem vinda!
- Princípios de Jogo:
- Proposta de jogo ousada, corajosa, inovadora;
- Ponto de partida para a contratação de treinador, comissão técnica, jogadores de acordo com o perfil definido pela visão, missão e propósito do clube;
- Protagonismo: Jogar com coragem, personalidade e identidade tanto em casa como fora;
- Dinamismo: Velocidade e movimentações contínuas em todo o campo;
- Ofensividade: Jogo vertical, ousado e agressivo com muitas finalizações, buscando sempre o gol;
- Intensidade: Buscar o tempo todo a pressão no adversário e a posse da bola;
- Competitividade: Time organizado e compacto;
- Qualidade: Proporcionar bom espetáculo ao público.
- Princípios de Jogo:
No aspecto específico do tipo de liderança que se busca para o grupo de atletas, deve-se considerar o perfil do grupo, assim como o DNA do clube. Elencos jovens ou mais limitados tecnicamente, geralmente precisam de comando forte, que lhes garanta respaldo e confiança, um mentor! Elencos mais experientes e/ou capacitados, geralmente se dão melhor com o comando de um manager, alguém que lhes motive respeitando suas conquistas!
Daí se parte para o incremento da gestão em outras áreas como a inserção digital, o desenvolvimento de uma cultura de ousadia, inovação e até mesmo, porque não, de rebeldia… com a coragem para ir em busca daquilo que poucos, ou ninguém arriscou fazer! É o pensar fora da caixa, o não se conformar em apenas fazer mais do mesmo! Em um mundo de tantas transformações e em que a pessoas estão se reinventando, é mais do que esperado que as empresas e os clubes de futebol se reinventem! É entender que o futebol não pode mais ser assim mesmo! Pelo contrário, pode e deveria ser muito mais!
Enfim, é simplesmente tudo aquilo que eu, como gestor esportivo venho escrevendo, defendendo e sonhando em, algum dia, ter a oportunidade e autonomia para poder implantar em algum clube com essa visão e propósito!
O advento da SAF pode ser um divisor de águas neste sentido. Quem vai investir exigirá uma gestão profissional competente e que se comprometa na busca pela construção do Ciclo Virtuoso de crescimento e sustentabilidade tendo em mente que resultado operacional é condição facilitadora para a performance. Gente que entenda que processos e prazos devem ser respeitados, talvez acabando com a cultura burra e viciada de esperar resultado imediato, ou da troca constante de comado técnico das equipes.
Criação da própria liga e fortalecimento das instituições com respeito e cumprimento total às leis e regulamentos virão como consequência: Ciclos Virtuosos, Futebol Brasileiro como produto valioso a ser vendido no mundo inteiro, retorno financeiro, clubes fortes podendo montar grandes elencos e também revelando grandes talentos, calendário mais racional, jogadores em melhores condições, melhores jogos, mais público e mais consumidores… reinvestimento na estrutura de base, formadora, através do fomento aos clubes pequenos, ao futebol amador, ao esporte e educação física escolar, nos equipamentos esportivos abertos para prática ao público em geral…
Liga Brasileira de Futebol como uma espécie de NBA do futebol mundial… TODOS ganham!
Francisco Ferreira
Gestor Esportivo e Executivo de Futebol
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