⚽ O PODER DE CONVENCIMENTO DAS BOAS IDEIAS: ATHLETICO PR, EC BAHIA, CRUZEIRO…

(Foto: Geraldo Bubinak)

 

O PODER DE CONVENCIMENTO DAS BOAS IDEIAS: ATHLETICO PR, EC BAHIA, CRUZEIRO…

Como um idealista e otimista inveterado, talvez até mesmo um pouco ingênuo, tenho a tendência a acreditar muito no poder de convencimento das boas ideias. Acredito que propondo bons projetos, sendo original, honesto e bem-intencionado, podemos conseguir avanços em direção ao bem comum, seja em que área for. Sempre com muita ética, tenho tentado “pensar fora da caixa”, propor soluções, seja como gestor, gerente, coordenador… acreditando que muita coisa boa e inovadora ainda há por ser feita no ambiente do futebol e do esporte como um todo.

No futebol eu tenho uma certa paixão por um clube que considero assim… como que, um sonho de consumo, por assim dizer: o Club Athletico Paranaense!

Já tendo trocado boas resenhas com amigos que já passaram por lá, como Paulo Autuori, João Paulo Medina, Paulo André, Marcelo Lins, Túlio Flores… além de conversas com o próprio presidente Petraglia, sempre acompanho com muita atenção sua trajetória e o considero como o clube modelo dentro do futebol brasileiro.  

Dentro da ideia expressa no título deste artigo, considero muito legal também o que o EC Bahia promoveu de alguns anos para cá, com suas iniciativas de atrair os seus stakeholders (torcida, conselho, imprensa, investidores, patrocinadores, atletas, treinadores, etc.) levando-os a abraçarem os projetos do clube. Basicamente: Democracia, transparência e austeridade como alicerces para se construir credibilidade. Seus dirigentes promoveram ações diversas, francas e detalhadas sobre a real situação do clube e de como pretendiam solucionar/superar os enormes desafios que enfrentavam. E assim, de um clube rebaixado, endividado e envolvido em escândalos de corrupção, vimos o simpático tricolor baiano subir, degrau por degrau, até a situação atual de enorme potencial que se vislumbra nesta nova fase com a SAF do Grupo City. Este resgate de credibilidade se traduz em uma palavra: Endomarketing! As boas ideias e boas ações, de dentro para fora, viram uma bola de neve, uma bomba de otimismo contagiante, que convencem e atraem seus parceiros, conquistando mentes e corações para os projetos do clube.

Vejo também com grande simpatia, o modelo de organograma matricial proposto pelo Athletico e agora adotado também pelo Cruzeiro. Trata-se, nada mais nada menos, do que o já citado “poder de convencimento”, começando a partir de seu próprio RH. Segundo uma chamada Matriz LDP (quem Lidera, quem Decide e quem Participa), promove-se um ambiente de constante brainstorm em que todos participam, todos se sentem valorizados como membros ativos dos projetos do clube, gerando um sentimento de pertencimento que faz o ambiente ser cooperativo e não competitivo, como muitas vezes acontece nos modelos tradicionais que, ao contrário, podem gerar ciúmes, intrigas, rivalidades, fofocas e até mesmo boicotes entre os departamentos do clube.

 

 

VISÃO & PROPÓSITO: Mas vamos então à bela história do CAP, um dos mais marcantes exemplos de gestão ousada e inovadora, digna daqueles filmes de superação que nos emocionam no cinema.  

Com a visão de águia de seu eterno presidente, o carismático Mário Celso Petraglia, o Athletico Paranaense, até meados da década de 90, era considerado um clube pequeno-médio se comparado aos grandes das demais capitais do sul-sudeste.

  • Nesta época começou inovando com as alterações promovidas na identidade visual, como a camisa com listras horizontais e o escudo que eram meras cópias do CR Flamengo. Mudou para o escudo redondo e a camisa com listras verticais como a do Milan, então o papão de títulos na Europa. Estas alterações levaram a um reposicionamento da marca e ao fortalecimento de uma identidade própria, gerando diferenciação, empatia e adesão.
  • Logo a seguir vieram as mudanças no estádio da Baixada, até então muito precário e acanhado, mas se tornando pouco tempo depois, graças aos recursos auferidos pelas vendas de Oseias e Paulo Rink, na primeira arena realmente moderna do país e que se preocupava com o conforto do torcedor.
  • Investiram então em ciências do esporte, com a contratação do Prof. Antônio Carlos Gomes, adepto da Periodização das Cargas Seletivas, a mais lógica para um calendário competitivo como o nosso. O que culminou com a conquista do Brasileirão de 2001. Um grande salto no patamar do clube e em muito pouco tempo!
  • Vieram ainda o fantástico CT do Caju e a modernização mais recente da Arena da Baixada, com sua ampliação e, mais uma vez pioneirismo, com acesso por biometria, grama sintética de última geração e teto retrátil.
  • Recentemente, veio a alteração do próprio nome e nova modernização no escudo e no uniforme, passando então a Club Athletico Paranaense e assim, dissociando-se do seu homônimo Atlético Mineiro, o que leva a uma diferenciação que facilita a sua identificação em nível mundial.
  • Possuem também um trabalho de base muito frutífero, fundamentado e priorizando a aplicação científica em várias vertentes como performance, saúde, humanas, marketing…

Portanto, com sua cultura de ousadia, inovação, e até mesmo uma certa rebeldia, típica de quem não se conforma com o “mais do mesmo”, a sua meta de, dentro de 10 anos, estar disputando uma final de Mundial Interclubes, com 60% de seu elenco formado no próprio clube, e de se tornar o clube brasileiro mais atraente para investidores, não deve ser subestimada! Sua mentalidade de gestão está à frente de boa parte dos demais clubes brasileiros, já investindo em conceitos como inteligência artificial, big data, machine learning, transformação digital, etc.

De clube pequeno-médio a clube grande com estrutura e gestão simplesmente invejáveis! Digno de todos os elogios!

 

Saudações!

Francisco Ferreira

Gestor de Futebol

www.ceperf.com.br

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